Tuesday, February 28, 2006

Deixa o Jamelão cantar...

O troféu gafe fica pros jornalistas que cobriram esse carnaval. Quanta indelicadeza! Quanta falta de sensibilidade! Os carnavalescos lá tentando fazer o seu suado trabalho e eles em cima fazendo as perguntas mais incovenientes. Pro mestre-sala da mangueira, que se aquecia pra entrar na avenida: “E aí esse ano vocês vão botar pra quebrar? Porque o ano passado...o que aconteceu o ano passado que vocês foram tão mal? Pro carnavalesco da Rocinha no finalzinho do desfile: “Como você explica o fracasso do desfile?” O Jamelão dando o grito de entrada da Mangueira na avenida: “Esse é o Jamelão, ele está anunciando a entrada da estação primeira da Mangueira, esse é um momento muito emocionante, não é Maria Augusta. É Kleber, e veja só o carnavalesco Max Lopes veste uma roupa inspirada no Programa “Hoje é dia de Maria”. Calem a boca! Quem está interessado nesse papinho com a Mangueira entrando na avenida. Quem está interessado em duas pessoas explicando cada alegoria, analisando cada centímetro do desfile. Como se as alegorias de carnaval fossem as mais difíceis metáforas. Onde a Eva é representada por uma mulher gigante nua, com o sexo coberto por uma parreira, num carro com várias pessoas penduradas em tecido como se fossem cobras, a jornalista ainda me solta: “Não entendo porque um carro que representa o feminino vem com essas figuras de macacão penduradas”. Ai meus ovários! Não que as escolas não gostem de aparecer. Vale até xingar os câmeras pra aparecer. Mas pra quem trabalhou no carnaval e se aventurou a acompanhar a maior festa popular do país pela telinha, tomando cerveja, teve que engolir quadrado.

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